5 riscos que a pirataria representa para os empreendedores
Atualizado em julho de 2019.
Os riscos da pirataria vão além dos danos gerados ao cliente final, que consome um produto falsificado ou utilizado ilicitamente. Qualquer empresa também pode ser prejudicada de diversas formas, especialmente com queda nas vendas e percepção negativa dos seus itens à venda. Embora essa não seja uma prática que podemos controlar, existem meios para impactar indiretamente sobre ela.
Para evitar essa prática, é importante estar atento aos métodos de combate a ela, às novas tecnologias de proteção de bens e buscar realizar campanhas de conscientização. O fato de não podermos impedir mecanicamente a fabricação de imitações de nossos produtos não nos isenta de buscar formas alternativas de desincentivar o consumo desses itens falsificados.
Para você entender melhor essa questão, separamos alguns dos riscos que a pirataria pode trazer ao seu negócio, bem como formas de se proteger. Não deixe de conferir!
O que é a pirataria?
Pirataria corresponde à prática de copiar, reproduzir ou vender produtos sem a devida autorização de seus proprietários ou desenvolvedores. É considerada crime, podendo gerar multas e anos de reclusão.
O que atrai o público normalmente é que os itens piratas são oferecidos a preços muito mais baixos que os originais. Entretanto, isso acontece devido à inferioridade das matérias primas e clandestinidade na produção.
Quais são os riscos da pirataria para o negócio?
A seguir, separamos uma lista com 5 dos principais riscos da pirataria para o seu negócio e como eles se manifestam. Confira.
1. Perdas financeiras e diminuição das vendas
Segundo dados do presidente do Fórum Nacional Contra a Pirataria e Ilegalidade (FCNP), Edson Vismona, só em 2015 o Brasil teve prejuízos de cerca de R$ 115,603 bilhões com a pirataria — isso sem mapear alguns setores, como o automobilístico.
Isso é um problema para as organizações, as quais perdem quantias consideráveis de receitas por causa de itens piratas que custam valores inferiores aos produtos originais. Aliás, o impacto pode ser grande, dificultando até mesmo a recuperação do capital investido no desenvolvimento das mercadorias.
2. Experiência insatisfatória dos consumidores
Nem todos os consumidores são bem informados quanto aos produtos que adquirem, e muitos, inclusive, acreditam que estão levando para casa itens originais da sua empresa quando, na verdade, são versões falsas.
Em decorrência disso, qualquer experiência insatisfatória ou negativa no uso dessas mercadorias não identificadas como piratas, poderá levá-los a crer que a sua empresa é responsável e que faz bens de consumo de baixa qualidade.
3. Queda nas vendas por conta da percepção negativa
A percepção errada sobre a empresa também pode gerar marketing negativo em relação à marca e seus produtos, ocasionando uma queda mais acentuada nas vendas.
O motivo é que esses clientes afetados podem não mais comprar itens da sua marca e ainda relatar suas experiências insatisfatórias a conhecidos, de modo que eles também evitarão fazer negócios com sua empresa.
4. Baixa segurança e danos à saúde do cliente que reverberam na marca
Produtos piratas podem causar danos à saúde, além de colocarem em risco a segurança dos consumidores. Por exemplo, há remédios que são feitos com substâncias proibidas pelos órgãos de fiscalização, causando sérios problemas à vida das pessoas.
Óculos de sol falsificados também têm chances de ocasionar problemas aos olhos — como descolamento de retina — por não passarem por padrões mínimos de qualidade das agências reguladoras.
Embora alguns causem problemas isolados que podem ser atribuídos ao fato de serem piratas, muitos produtos do tipo são usados em conjunto com itens originais. É o caso de pastilhas e rolamentos para carros, incluídos junto às demais peças dos automóveis.
Caso algo negativo ocorra a um veículo que faz uso desses itens, a culpa pode recair na montadora. Sem falar que elas afetam diretamente a segurança dos motoristas, já que são usadas nos freios e rodas.
5. Problemas legais com outras empresas
O quinto risco que separamos não está ligado tanto às mercadorias da empresa, mas ao uso de produtos piratas em suas operações.
É preciso evitar que seu empreendimento também seja conivente com produtos falsificados ou, especialmente, com o uso de programas não licenciados. Esse segundo ponto é algo comum em muitos negócios que não dão a devida atenção à área de TI e não têm uma eficiente gestão de ativos de software.
Tal prática pode gerar multas e processos judiciais por violação de direitos autorais, facilitar ataques virtuais e diminuir a eficiência dos processos suportados por TI devido a softwares lentos e instáveis.
O que um empreendedor pode fazer para evitar a pirataria?
Existem ações que ajudam a prevenir e combater produtos falsificados, muitas das quais devem ser postas em prática, preferencialmente, de forma conjunta para potencializar seus resultados. Veja algumas logo abaixo.
Use código de barras em suas mercadorias
A primeira atitude que o empreendedor deve ter é buscar tecnologias que protejam seus produtos, como o uso do código de barras. Por meio dela, você pode otimizar o cadastro de cada mercadoria e obter uma numeração que confirma que ela ela possui uma numeração internacionalmente válida, além de entregar uma licença que dá direito a codificar todas as informações referentes ao item. Isso possibilita o controle de especificação, descrição, armazenamento e logística de cada ativo cadastrado.
Há empresas que se queixam da pirataria sobre seus produtos, mas não se esforçam para “legalizar” seus itens originais. Se o que você produz não conta com uma identificação oficial, como diferenciar o original do pirata?
Formalizar-se torna essa diferenciação muito mais eficaz, já que, dessa forma, as entidades de fiscalização não terão dificuldade em identificar e separar suas mercadorias das cópias falsificadas, podendo apreendê-las mais facilmente.
Quais outras vantagens o código de barras traz à sua empresa?
Além do combate à pirataria, o código de barras traz outras vantagens à sua empresa. A partir dele é possível reduzir custos operacionais, uma vez que o tempo dos colaboradores é otimizado e as falhas humanas são reduzidas.
Como se pode ver, ele é capaz de impactar em questões internas (fluidez do trabalho e gerenciamento de estoque, por exemplo) e externas (combate à pirataria e facilidade na identificação de produtos originais da sua empresa).
Outro grande diferencial que a implantação do código pode trazer à sua empresa é a possibilidade de exportação de produtos. A partir do momento que você formaliza seus bens, você ganha meios de buscar novos mercados, que podem ser brasileiros ou estrangeiros — quer melhor indício de crescimento do que conseguir adentrar um mercado no exterior?
Como ter acesso ao código de barras?
O código de barras é uma numeração composta por elementos que contêm uma identificação válida no mundo todo. Por essa razão, ele é gerado em um sistema unificado, que o torna oficial e identificável pelos leitores desse registro. Para ter acesso a ele é preciso procurar pela GS1 e solicitar o registro. A partir do momento que o código é disponibilizado, você já pode começar a imprimi-lo na embalagem do seu produto.
É importante lembrar, entretanto, que toda formalidade exige também algumas responsabilidades. A partir do momento que o seu produto é registrado, quaisquer alterações no sabor, textura ou ingredientes deve ser comunicada para que o registro seja atualizado. Exitem algumas regras de atribuição dos códigos que devem ser respeitadas.
Lembre-se de que manter-se sempre em dia com essa questão facilita a conferência quanto à originalidade do seu produto e, consequentemente, atua-se no combate à pirataria.
Como conferir a autenticidade do código de barras?
A GS1 conta também com uma ferramenta específica de verificação: o Gepir (Global Electronic Party Information Registry). Trata-se de um mecanismo ligado a uma base de dados compartilhada mundialmente que, a partir de comparativos, é capaz de identificar a autenticidade do código de barras consultado.
Trata-se de um meio de consulta gratuito e disponível em tempo integral, que visa auxiliar na conscientização da importância da autenticidade do produto.
Empregue soluções de DRM nos produtos virtuais
Outra dica é o uso da solução chamada Digital Rights Management (DRM), ou Gestão de Direitos Autorais, muito empregada em produtos digitais. Ela ajuda a garantir os direitos autorais dos desenvolvedores sobre ativos virtuais, dificultando a disseminação de réplicas e cópias ilegais.
Procure entidades que atuam contra a pirataria
Também é importante procurar entidades do seu setor de atuação, como associações e organizações governamentais que realizem ações contra a pirataria para se informar de atitudes que ajudam a reduzi-la em seu segmento.
Como exemplo, temos a Associação Brasileira de Combate à Falsificação (ABCF) e o já citado Fórum Nacional Contra a Pirataria e Ilegalidade (FNCP).
Busque realizar ações de conscientização
O consumo de pirataria no Brasil ocorre em grande parte por fatores culturais, pois muitos indivíduos a aceitam por conta do chamado “jeitinho brasileiro”. O preço menor e o desconhecimento dos seus impactos também corroboram para isso. Portanto, é importante tentar realizar ações de conscientização e informar sobre os impactos negativos dessa prática, visando fomentar uma mudança estrutural na sociedade.
Buscar parcerias para isso ajuda a potencializar essa prática, já que ela exige maior empenho e participação de empresas e sociedade civil. As entidades citadas na dica acima geralmente fazem projetos do tipo, incluindo ações de combate à pirataria, então é interessante procurar participar delas.
Implante uma gestão de ativos de software
Para evitar problemas por conta de funcionários usarem programas não licenciados, é importante implantar uma gestão de ativos de software. Ela corresponde a práticas, métodos e soluções empregadas para monitorar onde estão localizados os programas adotados pela empresa, quem os utiliza e como foram configurados. Também busca checar o uso deles.
É importante também acompanhar o mercado constantemente, visando identificar se seus produtos estão sendo vítimas da pirataria para, desse modo, poder agir o quanto antes para conter esse problema. Lembre-se de que, ao combatê-lo, você está fazendo um bem à sua empresa, ao consumidor e à sociedade de modo geral.
Quer receber mais conteúdos como este sobre os riscos da pirataria? Então, assine a nossa newsletter e fique por dentro de tudo relacionado ao registro de produtos.