Combate à pirataria: saiba como proteger suas mercadorias
O combate à pirataria está longe de ser uma luta nova ou perto de acabar. Infelizmente, esse mercado paralelo afeta negativamente o bom funcionamento de fábricas, comércios varejistas e atacadistas, órgãos públicos e a vida dos consumidores finais.
Em função dos seus produtos de má qualidade e impostos sonegados, a pirataria é capaz de gerar consequências devastadoras, como:
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redução da arrecadação de impostos, o que reflete na insuficiência dos serviços públicos;
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prejuízos enormes à saúde financeira das empresas legalizadas;
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mais desemprego e financiamento ao crime organizado;
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aumento no índice de insatisfação, intoxicações e, nos casos mais graves, como falsificação de remédios, equipamentos de segurança e alimentos, até de acidentes e mortes de consumidores.
Como fabricante, seu papel é fundamental no combate à ilegalidade, já que sua empresa representa uma das origens dos produtos. Mas como é que você pode ajudar nessa missão e sair menos prejudicado com os efeitos da pirataria?
Para isso, selecionamos 6 boas práticas que podem evitar que suas mercadorias sejam pirateadas. A ideia é fazer o consumidor e o distribuidor terem mais facilidade ao identificarem um produto falsificado e optar pelos que são, de fato, originais. Acompanhe!
1. Use códigos de barra em seus produtos
O código de barras é um dos principais trunfos das empresas para garantir a confiabilidade dos seus produtos. Ao implementar esse recurso, suas mercadorias passam a contar com uma identidade, uma espécie de RG capaz de registrar sua origem e, desse modo, comprovar o processo de qualidade de produção.
Aliás, a questão da rastreabilidade é um dos pontos positivos do código de barras. Com esse mecanismo, é possível apontar, armazenar e verificar todo o caminho percorrido pelas mercadorias, desde sua embalagem, passando pela transportadora, postos de distribuição, varejo, até o consumidor final.
Isso garante mais segurança para empresários e clientes. Por exemplo, se houver uma necessidade de recall dos produtos, uma leitura simples no código de barras permitirá que o lote com defeito seja identificado com maior precisão,
2. Aprimore a qualidade das suas ofertas
Além das medidas de segurança e monitoramento de mercadorias, é importante garantir que a qualidade delas seja muito superior às versões falsificadas. Para colocar isso em prática, você deverá, primeiramente, testar os modelos pirateados dos seus produtos para verificar o quanto ele se assemelha aos originais.
Após isso, você saberá quais são seus pontos fortes e fracos e como seu produto pode ser otimizado. A ideia é melhorar a qualidade, de modo que os distribuidores e os consumidores percebam que vale a pena adquirir o original, ou seja, que a experiência de compra e uso será mais proveitosa.
Infelizmente, existem muitos comerciantes e clientes que, por ingenuidade ou má-fé, preferem adquirir um produto falsificado porque ele é bem mais barato e tem poucas diferenças em relação ao original. Essa mentalidade só será alterada se a qualidade da mercadoria autenticada for reconhecida pelo mercado.
3. Oriente os distribuidores a testarem seus produtos
Uma boa maneira de garantir a qualidade dos seus produtos e alertar os vendedores sobre os riscos das mercadorias falsificadas são os testes. Se os seus distribuidores não tiverem essa cultura, oriente-os a experimentar uma amostra do seu lote para verificar se todos os itens estão dentro de um padrão mínimo de qualidade.
Esse é um dos melhores modos de assegurar que os varejistas e atacadistas não vão trocar gato por lebre.
A propósito, isso trará consequências lá na frente, quando os produtos chegarem para uso dos consumidores finais. Se a mercadoria for original e de boa qualidade, as lojas garantem a satisfação dos clientes e, com isso, têm menos riscos de sofrerem com reclamações, devoluções e trocas.
4. Ensine o público a identificar versões falsificadas
Campanhas educativas e de orientação também devem chegar até o consumidor final. Como uma parte dos distribuidores pode ser complacente com a pirataria, é importante fazer com que os clientes evitem as mercadorias falsificadas.
Para isso, você pode lançar mão dos seus próprios canais de comunicação e relacionamento, como as redes sociais, blogs e canais de vídeos. É possível criar, por exemplo, textos e imagens com dicas para alertar os consumidores a identificar variações na embalagem, desconfiar de preços muito abaixo da média de mercado e comprar somente de comércios autorizados.
Outra solução seria a produção de vídeos mostrando como os consumidores podem rastrear a origem dos produtos (por meio de apps que leiam código de barras ou QR Codes) ou verificar detalhes da mercadoria que comprovem sua originalidade.
5. Estruture um serviço autorizado de garantia
Outra forma eficiente de diferenciar seus produtos das versões falsificadas é a oferta de garantia aos distribuidores e consumidores finais. Como as mercadorias pirateadas possuem origens um tanto quanto obscuras, dificilmente será possível realizar o conserto, a devolução ou a troca das ofertas com problemas.
Ao assegurar um serviço autorizado de garantia, as pessoas que venderem ou consumirem seus produtos estarão mais protegidas, inclusive legalmente. Afinal, se elas se sentirem lesadas ou prejudicadas pelo consumo ou compra de um produto falsificado, não terão como recorrer à Justiça.
Portanto, é importante estruturar todos os mecanismos de reparo e logística reversa para as possíveis mercadorias defeituosas. Mais do que isso, trate de informar as condições, os prazos, os procedimentos e as coberturas que sua garantia oferece.
6. Ofereça complementos e vantagens exclusivas aos consumidores
Com o objetivo de dificultar mais a vida dos mercados paralelos e agregar valor à experiência de uso, as empresas têm investido em conteúdos, benefícios e complementos exclusivos para quem consome as versões originais de seus produtos.
Isso é muito comum de ser visto no mercado de softwares e games. Por exemplo, quando um usuário adquire um jogo original e o autentica na internet, seu game é atualizado para receber conteúdos extras e exclusivos, como novos personagens, itens e fases.
Mas o que pode ser feito com os produtos físicos? Uma maneira comum usada pelas empresas é criar promoções para que as pessoas utilizem os códigos de barra para se cadastrar. No entanto, não dá para fazer promoções o ano inteiro.
Você pode incentivar os clientes a utilizar os códigos de barra dos seus produtos para ter acesso a um conteúdo exclusivo. Esse material pode ajudar o público a aproveitar melhor a mercadoria comprada, como uma série de vídeos de receitas para produtos alimentícios ou um e-book com dicas de manutenção de carros para peças de reposição.
Existem diversas maneiras de os fabricantes e fornecedores atuarem no combate à pirataria dos seus próprios produtos. As práticas variam entre a implementação de soluções mais técnicas, como o uso de código de barras, comerciais, como as garantias e complementos exclusivos, e educacionais, como as orientações para distribuidores e clientes. Essas atividades, junto das ações governamentais, são essenciais para reduzir a competitividade do mercado paralelo.
Se você quiser saber mais sobre o combate à pirataria, confira o nosso artigo: O uso do código de barras no combate à falsificação de produtos. Nele, você se aprofundará em um dos métodos que abordamos neste post e entenderá mais sobre as consequências da comercialização de mercadorias ilegais!