Quais os desafios para implantar um processo de rastreabilidade na indústria alimentícia?
A implantação da rastreabilidade na indústria é uma excelente forma de monitorar o fluxo dos produtos ao longo da cadeia de abastecimento — sem contar a possibilidade de verificar a procedência e evitar questões como a pirataria, entre outros benefícios.
No entanto, esse processo também envolve alguns desafios que precisam ser superados a fim de se alcançar a eficiência. É sobre esse assunto que falaremos neste post. Continue a leitura e saiba mais sobre o assunto!
O que é e como funciona a rastreabilidade no processo logístico?
Quando se fala em rastreabilidade, estamos falando da possibilidade em identificar a origem de um determinado produto (saber onde, quando e por quem foi produzido), o que pode ocorrer em um produtor ou na indústria (matérias-primas utilizadas ou onde foi fabricado), por exemplo.
Em outras palavras, trata-se de saber todo o histórico e manter o registro de tudo aquilo que aconteceu com aquele produto desde sua concepção, principalmente a identificação da origem.
Qual é a importância de utilizar a rastreabilidade no processo logístico para a indústria de alimentos?
A rastreabilidade é um grande desafio não só para a indústria de alimentos e/ou produtores, mas sim para toda cadeia de alimentos. Isso se deve ao fato que os processos devem permear todos os elos da cadeia— desde o fabricante e/ou produtor, distribuidor até o varejo que comercializa o produto.
Manter o registro de todas as etapas pelas quais os produtos passaram hoje é o grande gargalo da rastreabilidade no setor de alimentos em geral. Isso diz respeito a manter o histórico arquivado para que a informação possa ser acessada quando necessário.
Quais são as principais vantagens para as empresas do setor alimentício ao utilizar a rastreabilidade?
A rastreabilidade proporciona diversos benefícios para a indústria. Conheça os principais deles nos próximos tópicos.
Segurança
A rastreabilidade proporciona mais segurança tanto para o fabricante quanto para o consumidor final (além de todos que estão envolvidos na cadeia de abastecimento).
Assim, se é identificado algum problema com um determinado produto, é possível resgatar pelo registro e histórico do produto em qual fase do processo ocorreu o desvio e atuar de forma eficiente nas ações de correção do problema detectado.
Processos rastreáveis proporcionam segurança não só para o consumidor mais sim para todos os elos da cadeia de alimentos.
Atendimento a regulamentações
Os órgãos responsáveis em estabelecer regras e orientações para o setor de alimentos são a ANVISA e o Ministério da Agricultura. Nesse sentido, as empresas que possuem processos bem mapeados e produtos rastreáveis passam a ter um diferencial de mercado transmitindo segurança e controle de seus produtos à seus consumidores além de atender às regulamentações que surgem — como por exemplo a RDC 24 (Resolução da Diretoria Colegiada da Anvisa), que trata do Plano de recolhimento de alimentos.
Também existe a INC 2 (Instrução Normativa Conjuntada (Anvisa e do Ministério da Agricultura), que trata da Rastreabilidade de Vegetais Frescos.
De que maneira o código de barras ajuda a otimizar esse processo?
Atualmente, utiliza-se muito o código de barras EAN-13 (13 dígitos), que vai em qualquer produto presente nas gôndolas de supermercado. Ele é usado para facilitar os processos de automação, controle de estoque e venda do produto, realizando a leitura no caixa (de forma automática) e concretizando a venda.
No entanto, vale ressaltar que existem códigos de barras que podem agregar além de valor mais informações aos produtos e agilidade nos processos internos. Um bom exemplo disso é a viabilidade que ele proporciona de realizar controles de estoques, controle de data de validade (GS1 DataBar) por meio de uma simples leitura do código de barras.
Como deve ser feita a integração dos processos ao longo da cadeia produtiva para obter sucesso com a rastreabilidade?
Na maioria dos casos, a integração dos processos é feita por meio da utilização de sistemas. Quando se tem uma identificação padronizada estes processos/sistemas se tornam ágeis e eficientes.
A partir daí, para se ter processos rastreáveis, o ideal é se basear nos 4 pilares da rastreabilidade, são eles:
1. Identificação
Identificação significa dar uma identidade ao produto de forma padronizada (única e inequívoca) o que pode ser feito por meio do uso do código de barras.
2. Captura automática da informação
É preciso contar com processos mais ágeis, que permitam a criação de respostas rápidas em caso de desvios, para agilizar os processos internos (controle de estoque, expedição, recebimento e recall)
3. Gerenciamento de vínculos
Saber quais foram as matérias-primas utilizadas na fabricação de um determinado produto acabado.
4. Comunicação
Os sistemas precisam se comunicar de forma fluida uns com os outros. Nesse sentido, a padronização das informações também facilita bastante a comunicação entre tecnologias e setores
Por fim, não adianta muito gerar um grande volume de informações e mantê-las guardadas. Elas precisam ser repassadas entre os elos da cadeia — com dados como composição, produção, qualidade, número de série e número do lote.
Vale ressaltar que a comunicação envolve tanto o consumidor final quanto o próprio parceiro comercial. Ele precisa saber tudo o que aconteceu e ter acesso a todas as informações do produto.
Quais são os principais desafios encontrados pela indústria para implementar o processo de rastreabilidade dos insumos e produtos?
O grande desafio enfrentado atualmente a nível global diz respeito às margens cada vez menores na produção de um produto. Em outras palavras, indústrias e produtores precisam encontrar meios de tornar seus processos mais eficientes, reduzindo custos e, consequentemente, melhorando a margem de lucro.
Nesse sentido, a automação dos processos é uma grande aliada, já que promove mais agilidade nos fluxos de trabalho, ao mesmo tempo em que os torna os processos mais seguros e confiáveis.
A partir daí, outro grande desafio é tornar esses processos cada vez mais automatizados, com o registro e o histórico de tudo o que acontece com os produtos. Com esse tipo de transparência, fica mais fácil realizar uma negociação e mostrar ao parceiro de negócios o valor do que ele está adquirindo.
Como você pôde ver, a implantação da rastreabilidade na indústria alimentícia passa por alguns desafios, mas orientando-se com os pilares desse processo, fica mais fácil estabelecer uma estratégia mais eficaz. Além disso, a prática beneficia todos os envolvidos na cadeia de abastecimento, principalmente o consumidor final, que passa a contar com produtos de fontes mais confiáveis.
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