Priorizar critérios sustentáveis é uma estratégia para aumentar a competitividade dos seus produtos

A preocupação com o meio ambiente tem sido pauta de muitos debates na nossa sociedade, colocando o processo produtivo para a gestão responsável dos recursos no lugar que era antes reservado à geração de consumo e de riqueza. É urgente enxergarmos coletiva e individualmente a relevância das políticas e das atitudes sustentáveis no mundo moderno. 

Quem nunca leu por aí a expressão “o planeta chegou ao seu limite”? Então, vamos entender este assunto?

Segundo a WWF, o Dia da Sobrecarga da Terra (Earth Overshoot Day) chegou mais tarde no ano passado, no dia 22 de agosto, devido aos resultados da pandemia de COVID-19, que forçaram o mundo a “parar”. A demanda da humanidade por recursos e serviços ecológicos ultrapassou a capacidade de regeneração da Terra, que ficou mais distante, com uma redução de 9,3% na pegada ecológica global em relação ao mesmo período do ano passado.

Embora exista esta diminuição, o cenário ainda é preocupante, visto que ainda estamos acabando com os recursos um ano e quatro meses antes do previsto, o que significa que precisaríamos de 1,6 Planeta Terra para suprir nossa atual necessidade por recursos naturais. Esta informação comprova como os impactos da atividade humana sobre a natureza já provocaram danos profundos e quase irreversíveis. 

O outro lado da moeda

Em contrapartida, cuidar do meio ambiente e salvar o planeta tornaram-se pautas urgentes e indispensáveis atualmente. A conscientização sobre o tema tem ganhado espaço entre empresas, população em geral e governantes do mundo inteiro, tanto que existe a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, que tem como objetivo traçar metas para erradicar a pobreza e promover vida digna para todos, dentro dos limites do planeta.

Todo esse movimento de origem global tem se tornado fortemente local e refletido até mesmo na maneira das pessoas consumirem. Uma pesquisa realizada pela Toluna, em parceria com a FGV (Fundação Getulio Vargas), no ano de 2019, revela que 75% das pessoas transformaram de alguma forma seus hábitos de consumo por se preocuparem com a ecologia e com o futuro do Planeta Terra.

O levantamento que envolveu cerca de mil pessoas de classes sociais diversas aponta que dentre os 75% que confirmaram mudanças na maneira de ver e praticar o consumo, 76% afirmaram que tais considerações são definitivas. As motivações para as mudanças também foram levantadas na pesquisa, apontando que 70% adotaram atitudes mais sustentáveis por se preocupar com o próprio bem-estar e 65% porque temem pelas gerações futuras.

Outro exemplo que revela claramente a mudança nos hábitos de consumo é o levantamento “Crescimento do Consumo Sustentável On-line”, elaborado pelo Mercado Livre, que indica um crescimento significativo de buscas e compras na seção de produtos sustentáveis em seu marketplace. 

Entre junho de 2019 e maio de 2020, a pesquisa revela que cerca de 2,5 milhões de usuários na América Latina compraram produtos com proposta sustentável. Só no Brasil foram 1,4 milhão de consumidores. No mesmo período, a plataforma registrou 150 mil novos compradores desta categoria na América Latina, dos quais 81 mil são brasileiros.

Os dados ainda mostram que os consumidores não só têm optado por escolhas mais conscientes, como também são leais às ofertas desta categoria. Estima-se que a seção de produtos sustentáveis gere aproximadamente 2.500 novos compradores por mês. 

O número de vendedores que oferecem produtos considerados sustentáveis no Brasil também cresceu 198% entre os anos de 2017 e 2020. Já a quantidade de itens da categoria teve um aumento de 322% nesse mesmo período.

Qual é o papel das empresas nesse movimento sustentável?

Os padrões insustentáveis de produção e consumo foram considerados por muito tempo a principal causa relacionada aos problemas sociais e ambientais. Apesar de ser realmente um ponto relevante, a revolução no cenário econômico mundial e o equilíbrio entre o poder produtivo e a preocupação com o impacto no meio ambiente também dependem de diversos outros fatores.

Ser sustentável, portanto, vai além do que apenas se preocupar com os impactos ao meio ambiente, no caso das esferas industrial e empresarial, diz respeito também a estruturar processos produtivos alinhados ao desenvolvimento e à proteção dos recursos naturais. 

Existem diversos exemplos pelo mundo mostrando que a evolução dos processos da iniciativa privada em relação à preservação de recursos naturais beneficia não só a sociedade e as gerações futuras, como também as próprias companhias, inclusive solidificando uma imagem favorável e alavancando seus ganhos financeiros. 

Mas atuar no mercado de uma forma mais sustentável é considerado o desafio do século para as empresas. Afinal, como produzir sem degradar? 

Além da preocupação com os processos produtivos e adoção de uma postura proativa, as empresas devem buscar por soluções que reduzam os prejuízos decorrentes dos seus processos sobre a natureza, assim como colocar à disposição do consumidor produtos que sejam realmente sustentáveis, e é sobre esse último tópico que falaremos a seguir!

Rotulagem ambiental

Para as empresas que buscam ser mais sustentáveis hoje no mercado, os rótulos e as declarações ambientais são afirmações que indicam os aspectos ambientais de um produto ou serviço de uma forma consistente, confiável, precisa e verificável. 

O rótulo ambiental, forma que as versões brasileiras das normas internacionais ISO traduziram a expressão “Environmental Label”, atualmente é considerado um poderoso recurso, porque ajuda a fornecer informações relevantes para que compradores e todas as partes interessadas considerem critérios ambientais em suas escolhas, evitando assim o greenwashing, estratégia enganosa presente em muitos produtos e serviços que possuem uma aparência de ser sustentável, mas não são.

Estas informações contidas no rótulo do produto, além de comunicar atributos de sustentabilidade para nortear a tomada de decisão mais consciente, aumenta a confiabilidade das informações, que por sua vez reduz o trabalho das equipes de compras e eleva a transparência da empresa em toda a cadeia produtiva.

Agora você entende por que priorizar critérios sustentáveis é uma estratégia para aumentar a competitividade dos seus produtos no mercado e ganhar a atenção do consumidor moderno?

GS1: sempre em busca de um futuro mais sustentável

Preservar o meio ambiente sempre esteve no radar de atuação da GS1 Brasil há mais de três décadas, mas com o progressivo crescimento das iniciativas, a entidade elevou a sustentabilidade a um nível ainda mais estratégico, integrando-a ao centro da sua atuação: a automação. 

A partir daí nasceu o Programa Sustentabilidade em Código, que vai além de um discurso focado em greenwashing, pois conecta todas as ações sustentáveis com o uso de soluções GS1. O objetivo é realmente promover transformações efetivas e conscientes. Atualmente, o programa possui várias frentes de atuação e já se tornou referência para outras organizações GS1 no mundo inteiro.

Além das iniciativas internas, a GS1 Brasil também se preocupa em conscientizar a sociedade e passar adiante conhecimentos sobre a importância da sustentabilidade no mercado, por isso oferece um Curso de Rotulagem Ambiental, que visa capacitar profissionais da área de sustentabilidade, abordando temas, como: 

•       Boas práticas de comunicação da sustentabilidade dos produtos.
•       Como evitar o greenwashing.
•       Declarações ambientais de produto.
•       Tipos de rotulagem no âmbito da ISO 14020.
•       Comparação entre os diferentes tipos de rótulos e declarações ambientais.
•       Reflexão sobre seus benefícios e aplicações.
•       Como escolher um produto com base em informações ambientais.

Quer saber mais sobre o Programa Sustentabilidade em Código e conhecer as diversas iniciativas da área de sustentabilidade da GS1 Brasil? Acesse: https://www.gs1br.org/sustentabilidade.

Conheça também todos os detalhes do Curso de Rotulagem Ambiental, acessando: https://www.gs1br.org/educacao-e-eventos/cursos-e-treinamentos. [C1]