Saiba como o setor de eventos se reinventou com a pandemia e qual foi o papel da tecnologia para superar os desafios
O distanciamento social é uma das principais medidas preventivas adotadas desde o ano passado para conter a aglomeração de pessoas e, assim, evitar a disseminação do novo coronavírus. Por isso, frequentar eventos, sejam eles para qualquer finalidade, tem sido uma das ações mais evitadas neste período.
Um estudo da Hibou, em parceria com o Hub Cultural, que traçou o Panorama Cultural do Brasil com informações sobre o consumo de cultura dos brasileiros antes e durante a pandemia, dentro e fora de casa, revela que a maioria dos brasileiros está consciente sobre os riscos de sair de casa, portanto, aproximadamente 67% da população voltariam a frequentar eventos fora de casa somente após receberem a vacina contra a COVID-19.
Esses dados revelam que, além de todas as consequências que conhecemos, a pandemia afetou diversos segmentos e, sem dúvidas, o setor de eventos foi um dos mais afetados pelas medidas de distanciamento social no Brasil e no mundo, fazendo com que as receitas de grandes empresas despencassem, o que consequentemente também colaborou para o desemprego em massa de profissionais desta área.
Dados que revelam o impacto
Um levantamento realizado em abril de 2020 pelo SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) aponta o quanto o segmento de eventos do País sofre com os efeitos da pandemia. Estima-se que 98% das empresas do setor tenham sido afetadas.
O impacto também pode ser notado no faturamento. Comparando-se ao mês de abril de 2019, 62,5% dos entrevistados avaliam que houve a redução de 76% a 100% do faturamento em abril de 2020. A tendência segue para os meses restantes de 2021, já que as medidas de isolamento continuam e apenas cerca de 15% dos brasileiros foram vacinados até o momento.
Para tentar reverter parcialmente os efeitos da crise, empresários do setor adotaram algumas estratégias, entre elas: negociar o crédito para utilizar futuramente. A solução foi utilizada por 35% deles. Em contrapartida, 34% devolveram o dinheiro para o contratante.
Além dessa estratégia, assim como aconteceu em diversos outros segmentos, as empresas de eventos também precisaram se reinventar e alguns resultados foram tão relevantes, que é possível que estas transformações sejam permanentes na forma de realizar e de consumir eventos.
Reinventar a roda
Mas, afinal, quais soluções têm sido implementadas pelo setor de eventos para sobreviver aos impactos da pandemia e se preparar para a retomada dos negócios?
De acordo com o mesmo levantamento do SEBRAE, o aprimoramento da gestão tem sido a estratégia adotada por 30,1% dos empresários. Em segundo lugar está o fortalecimento da relação entre empresa e mercado, apontada por 25,2% dos entrevistados. Já 17,2% dos empresários revelam que estão investindo na qualificação da sua equipe e 15,5% na implantação de novas tecnologias.
Eventos on-line
Quando falamos em tecnologia, é impossível não citar o crescimento dos eventos on-line. No início da pandemia, lá em março de 2020, surgiu a necessidade iminente do setor de eventos criar novas táticas, desta forma as demandas por eventos digitais ou em formatos multi-hub começaram a crescer, chegando ao ponto de alguns especialistas acreditarem que este formato digital deve substituir, por bastante tempo, uma parte do que era feito presencialmente.
Leia também: 67% veem vacina como impulso para voltarem a eventos
Com os Multi-Hub Meetings é possível conectar, por meio de uma transmissão ao vivo, grupos de participantes em diferentes cidades, países ou continentes a um evento principal. A finalidade é que todos sintam que estão no mesmo lugar, visto que o formato dinâmico e inovador é o que mais se aproxima da interação face a face.
Para a indústria do entretenimento, as lives, em que artistas exibem shows ao vivo pela internet, ocuparam um papel importante, tanto para os artistas quanto para o entretenimento dos brasileiros, durante os primeiros meses de distanciamento social.
O formato parecia promissor, mas segundo o levantamento da Hibou, 36% da população já cansou de acompanhar estas lives, 12% desse total as assistiu e não gostou, 39% não se familiarizaram com o formato e 13% das pessoas entrevistadas passaram a gostar e acompanhar sempre.
O ponto positivo é que artistas que antes eram desconhecidos passaram a ter mais visibilidade devido às lives. Estima-se que 10% descobriram novos artistas por meio das apresentações on-line, enquanto 7% apenas acompanham as apresentações dos mais famosos.
Pontos positivos
Você já deve ter ouvido falar por aí que a necessidade faz a demanda, certo? O mais relevante é encontrar em todas essas adaptações pontos realmente positivos. No caso dos eventos digitais, o fator tempo foi um divisor de águas, já que este formato permite que os encontros sejam mais curtos e focados.
Há também a vantagem de que, normalmente, eles são mais acessíveis, possibilitando que pessoas de diferentes regiões acompanhem o conteúdo, evitando ainda grandes deslocamentos e aglomerações.
Os eventos podem ser promovidos facilmente em uma modalidade multiplataforma, em que o conteúdo é distribuído em diversos formatos, entre eles: podcasts, vídeos para redes sociais, newsletters, entre outros. Além disso, pode ser acessado em qualquer dispositivo, principalmente pelo celular.
Conheça as vantagens e os desafios dos eventos on-line
A estrutura faz a diferença
Embora o formato dos eventos on-line pareça mais descontraído e, até mesmo, mais simples, a verdade é que eles também demandam planejamento, por isso escolher um local adequado, preferencialmente estruturado para este formato, é fundamental, pois oferece muito mais segurança, conveniência e valores acessíveis.
Existem fatores extremamente relevantes para que o evento on-line tenha sucesso, entre os principais estão: link de internet potente e com redundância, gerador e local que tenha tamanho, iluminação e acústica adequados. Então, o recomendado é utilizar uma estrutura especializada, ou seja, que ofereça tudo isso.