O seu produto está preparado para exportação?
Conseguir expandir os negócios e entrar para o mercado internacional faz parte dos objetivos de muito empreendedores brasileiros. Porém, antes de tomar essa decisão, é necessário tomar alguns cuidados e observar uma série de questões que determinam se o produto está, ou não, preparado para a exportação.
A seguir, preparamos uma lista com os principais aspectos que devem ser levados em consideração ao se preparar para a exportação. Continue a leitura e saiba mais sobre esse assunto!
Conhecer os limites da empresa
O primeiro passo para começar a se preparar para a exportação é conhecer os limites da empresa. Isso é essencial para que o empreendedor não vá além no planejamento, excedendo a capacidade física de produção e distribuição permitida pela empresa.
Ou seja, primeiramente é preciso avaliar como a produção é comprometida com mercado interno, se ela consegue suprir a demanda e qual é sua capacidade de aumento.
Vale lembrar que, no caso da exportação, não basta contar apenas com o excedente do que foi produzido para o mercado interno.
Porém, por outro lado, a princípio, pode ser arriscado inflar a produção para atender aos pedidos de possíveis importadores, pois isso pode elevar os custos, que podem não ser cobertos com o volume de vendas.
Além de correr o risco de extrapolar a capacidade do estoque e sofrer com perdas, avarias e desperdícios, por exemplo.
Realizar pesquisa de mercado
Esse passo também é essencial para saber se o produto está preparado para exportação.
Afinal, assim como no mercado interno é realizada uma pesquisa para saber a aceitação do público, no mercado externo é preciso conhecê-lo, saber os potenciais compradores, identificar possíveis necessidades de adaptação e, principalmente, entender os preços praticados nos outros países e avaliar como é feita a formação desses valores.
Essa parte de pesquisa costuma ser bem demorada — podendo durar muitos meses — e trabalhosa, visto que é preciso levantar diversas informações e analisá-las, de forma que o planejamento seja feito o mais próximo possível da realidade.
Se for o caso, vale a pena contar com um profissional ou uma consultoria especializada na área.
Conhecer mais sobre o país de destino
Esse tópico é uma extensão da pesquisa de mercado. Na verdade, além de estudar os países que serão potenciais importadores, o mercado e os clientes, o ideal é também conhecer a cultura do lugar.
Isso ajuda a evitar gafes ou situações que podem ser ofensivas em determinados lugares. Por exemplo, em alguns países, cores e números podem ter conotação negativa, o que faz com que eles precisem ser evitados na hora de exportar para esses lugares.
Outro ponto que pode auxiliar é fornecer acesso ao site com a linguagem no idioma oficial dos países importadores e fazer o mesmo com o rótulo dos produtos que serão enviados.
Organizar a documentação
Assim como no comércio interno, no mercado de exportação os documentos são fundamentais para uma boa negociação. Para isso, é importante preocupar-se com os contratos, que especificam as condições da relação de comércio, os valores, as responsabilidades, entre outras coisas.
Alguns desses documentos já são padronizados, o que facilita o processo. No entanto, podem existir algumas diferenças de acordo com o país que importa os produtos.
O mais importante nisso é que haja total clareza nas informações e que as condições sejam bem específicas.
Lidar com registros
Quando uma empresa decide se tornar exportadora, ela precisa adquirir alguns registros, que são solicitados na Receita Federal e na Secretaria de Comércio Exterior, que é ligada ao Ministério do Desenvolvimento.
Caso opte, o empreendedor pode contar com uma empresa que será sua intermediária na hora de realizar as negociações com o mercado externo. Se o gestor utilizar dessa prática, a empresa dele não será obrigada a fazer o registro nos órgãos citados acima.
Contudo, a empresa contratada, chamada de trading company, cobrará um percentual sobre o valor de cada venda, o que acaba reduzindo o lucro obtido com o produto.
Padronizar os códigos de barras
No Brasil, desde 1984, o padrão que vigora é o EAN para o Sistema Nacional de Codificação de Produtos. Esse padrão — uma sigla para Número de Artigo Europeu, em inglês — foi criado em comum acordo com países europeus.
Hoje, ele é adotado na maior parte do mundo e consiste em 13 dígitos que remetem a diversas informações a respeito do produto.
A aplicação do código de barras nesse padrão pode ser feito através de duas etapas. Sendo elas:
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- Criar uma estrutura para as numerações – que devem ser exclusivas – para cada item, através da criação do Número Global de Item Comercial (GTIN), que também é conhecido como EAN-13;
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- Selecionar, criar e fazer a aplicação do código de barras mais adequado para fazer a representação numérica da identificação dos itens.
Para a identificação dos itens vendidos para o varejo, na maioria dos casos, a representação numérica do GTIN possui 13 dígitos.
Eles não devem ser separados no momento do cadastro e na criação de referências dos itens, visto que é essa combinação que promove a exclusividade dos números de cadastro utilizados no mercado.
Verificar a necessidade de certificações
Em alguns países e, principalmente, alguns clientes, requerem certificações para fechar relações comerciais com seus fornecedores. Vale a pena incluir essa questão na hora de realizar as pesquisas de mercado.
Em alguns casos, principalmente nos de alimentos, é necessário conseguir selos de qualidade antes de exportar as mercadorias.
Encontrar parceiros comerciais nos outros países
Esses parceiros podem ser necessários para auxiliar em processos como despacho aduaneiro e transporte dentro do país de destino, por exemplo.
É preciso avaliar com cuidado quais serão essas empresas, pois elas atuarão como uma extensão do trabalho da sua organização. Ou seja, os valores e os objetivos devem estar muito bem alinhados.
A princípio pode não ser muito fácil encontrar empresas que aceitem fazer esse tipo de parceria, principalmente, com um produto novo no mercado. Logo, é preciso ter paciência e manter os cuidados na hora de selecionar esses parceiros comerciais.
Buscar ajuda especializada
No início, quando o planejamento está sendo iniciado e os processos parecem todos complicados, vale recorrer ao apoio do Governo.
Os sites do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (APEX) podem ser utilizados como referência e fonte de informações para novos exportadores.
Além disso, existem empresas especializadas, como a GS1 Brasil que podem auxiliar nos mais variados processos que estão relacionados à padronização de produtos para exportação.
Como podemos ver, antes de decidir iniciar o processo de exportação, é necessário observar diversos cuidados.
É preciso também, fazer um planejamento minucioso, diversas análises, lidar com a burocracia e ainda buscar por ajuda tanto interna, quanto externa.
Isso é necessário para que o investimento realizado não seja desperdiçado em uma atividade que, na verdade, poderia ser bem-sucedida.
O que achou desse artigo, suas dúvidas a respeito da exportação de produtos foram esclarecidas? Aproveite os comentários e deixe as suas perguntas e opiniões. Participe!