Empreender em tempos de crise pode ser um bom negócio!
O brasileiro apresenta naturalmente algumas características necessárias para empreender em tempos de crise: inventividade, atitude e resiliência são alguns exemplos. Mas como dar os primeiros passos ou mesmo fazer crescer empresas já estabelecidas em um contexto desfavorável? É preciso ser conservador e cortar investimentos ou ser arrojado?
Neste post, vamos te mostrar como, ao contrário do que se imagina, é possível empreender em momentos como esse, revertendo um quadro de pessimismo e crescendo em meio à crise — e, em muitos aspectos, até mesmo com a ajuda dela. Acompanhe!
Toda empresa precisa de tempo para nascer e se estabelecer
Ansiedade e busca por retorno imediato são péssimos conselheiros para você avaliar sua própria empresa. Como tudo mais, os resultados de empreendimentos demoram algum tempo e requerem uma característica que é difícil de manter ao longo dos anos: a resiliência.
Esse tempo necessário para que uma empresa pague seus investimentos e comece a gerar lucro está longe de satisfazer os imediatistas. E isso não depende muito de um cenário econômico positivo ou negativo.
Por outro lado, se você souber aproveitar algumas oportunidades que a crise oferece, pode se destacar justamente em um momento em que todos pensam em cortar gastos.
Alguns negócios crescem em tempos de crise
Comece a pensar na crise econômica não como um impedimento para empreender, mas como uma reestruturação nos modelos de negócio.
Resumidamente, uma crise consiste na diminuição do poder de compra do consumidor, que começa a cortar gastos e, com isso, gera menos lucros para as grandes empresas. Essas, por sua vez, são pressionadas por seus acionistas e se veem obrigadas a cortar gastos, cancelar o fornecimento e demitir funcionários.
Ao fazer isso, elas diminuem o poder de compra de mais pessoas, agravando a crise.
O setor de serviços costuma se beneficiar em épocas como essa. A importância desse setor pode ser avaliada pelos seus números: 75% dos empregos formais no Brasil e 60% do PIB nacional. Conheça algumas dessas atividades:
Consertos, reparos e reformas
Estabelecimentos que prestam serviço de assistência técnica, lojas que fazem reparos em roupas e calçados e empresas especializadas em reformas prediais, de apartamentos e interiores costumam aumentar bem o seu desempenho durante a crise.
Isso se deve ao fato de os consumidores entenderem que pouco dinheiro circulando os obriga a investir na conservação de itens de vestuário, calçados e imóveis em vez de simplesmente trocá-los por outros novos.
Isso não precisa ser necessariamente ruim para os fabricantes, mas obriga que eles demonstrem o custo-benefício dos seus produtos nas ações de marketing, já que o cliente quer gastar o pouco dinheiro que tem com algo bonito, mas também durável.
Revenda de carros e eletrodomésticos usados e oficinas mecânicas
Seguindo a mesma lógica, há aqueles que compraram equipamentos ou dispositivos novos nos anos de crescimento da economia e agora encaram a triste realidade de não conseguirem pagar as prestações.
A consequência disso são carros, computadores e diversos outros eletrodomésticos usados à venda no mercado. Empresas que saibam lucrar com esse tipo de serviço — e as concessionárias são um bom exemplo delas — aumentam muito o faturamento nessa época.
Pelos mesmos motivos das lojas de assistência técnica, as oficinas mecânicas também costumam ter uma procura muito grande com a crise econômica.
Comércio online
Não importa que sejam site de trocas ou e-commerces tradicionais. O consumidor está em busca de melhores preços e descontos, e esse setor tem menos custos. Em muitos casos, os sites apenas fazem a ponte entre o comprador e o fornecedor, num procedimento conhecido como drop shipping.
Criar um site, aquecer as vendas e o marketing online (que é mais barato e dá mais retorno) pode ser uma ótima solução para crescer na crise.
Como empreender num cenário econômico desfavorável
Como dissemos, uma das primeiras decisões de empresas para enxugar custos é demitir funcionários. Evitando encarar isso apenas pelos aspectos ruins, essas atitudes acabam empurrando muita gente talentosa para o empreendedorismo.
Vários desses empregados decidem usar recursos como FGTS e seguro-desemprego para abrir seus próprios negócios.
Faça parcerias com novos empreendedores
Para quem já está no mercado isso não significa concorrência, mas, sim, oportunidade. O setor de vendas, por exemplo, pode muito bem se beneficiar dessas novas empresas que surgem para ter fornecedores que fazem mais rápido, cobram menos e prestam um bom serviço.
Afinal, quem acabou de chegar no mercado quer “mostrar serviço” não é mesmo? Imagine o quão abertos eles não estarão a parcerias com empresas estabelecidas. Hora de procurá-los para negociar!
Faça poucas coisas bem, em vez de muitas coisas mal
Quando tudo prospera, é comum que empreendedores diversifiquem os produtos ou serviços que sua empresa oferece.
Em “épocas de vacas magras”, no entanto, a sua qualidade é que vai fazê-lo pular na frente da concorrência. Foque naquela área que é o seu carro-chefe e ofereça o serviço dos sonhos do seu consumidor!
Evitando gastar com outras coisas e racionalizando a sua atividade principal você economiza e expande o seu mercado. Aqui também vale contar com aqueles novos empreendedores cheios de entusiasmo dos quais falamos no item anterior.
Estude o mercado em que atua
Você conhece o seu mercado, com certeza. Mas ele mudou com a crise e faz parte da sua adaptação estudá-lo constantemente. O que os seus concorrentes têm feito? As decisões deles servem para você?
Inovar é mesmo a melhor maneira de sair da crise, mas isso deve ser feito com cautela. Evite copiar o que outras empresas têm feito, mas também não se apegue a propostas inovadoras sem saber muito bem o que elas podem te trazer.
Conheça casos de sucesso
Algumas das grandes empresas que conhecemos hoje foram criadas em contextos econômicos desfavoráveis. O Mercado Livre iniciou suas atividades durante a “bolha da internet” na Argentina, período em que o valor de mercado de empresas online despencava diariamente. O portal de compras superou esses problemas fortalecendo sua equipe interna e delimitando seus serviços para conquistar a excelência.
A IBM investiu muito dinheiro em um centro de pesquisa em 1935, auge da pior crise econômica da história dos Estados Unidos. Mas era um risco calculado: esses pesquisadores desenvolveram um equipamento capaz de processar dados dos cidadãos do país que recebiam seguro social. Faz sentido, não é mesmo?
Entender casos como esses e tirar uma lição — em vez de apenas copiar algum modelo — não só melhora o desempenho da empresa, como também torna o seu gestor mais preparado e a economia do país mais forte e diversificada.
Afinal, senso de oportunidade, criatividade e resiliência são características que podem te diferenciar no mercado. Evite o pessimismo que reina em momentos pouco favoráveis e tenha foco em descobrir o que deve ser feito e colocar em prática. Empreender em tempos de crise também é uma questão de atitude!
Para promover todas as mudanças que precisa para empreender, o diálogo também vai ser fundamental. Que tal agora conhecer 9 técnicas de negociação infalíveis para utilizar na sua empresa?